terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Eu queria falar de Natal

Eu queria falar de Natal e comer mais um bocadinho, mas estou cheio e com mais vinte quilos depois de doces atrás de doces e de comida que vinha do frigorifico como se o mesmo não tivesse fundo. Enfim, estamos em crise e a vida está bastante difícil mas no que se poupou em prendas, gastou-se em comida.
Limito-me a dizer que este Natal surpreendeu-me. Foi o mais divertido da minha vida. 

domingo, 2 de dezembro de 2012

Trabalhar no que não se gosta

Não sou trabalhador mas engano bem, dizia a velha da minha mãe.
Em 2011, por estupidez minha e ironia do destino vim parar a um curso que não gosto e a uma faculdade que até nem é má de todo, mas que nunca tinha ouvido falar. Tentei mudar, mas era tarde demais para mim. Não sou trabalhador e engano bem mas descobri qual a receita para ultrapassar melhor o facto de trabalhar em algo que não se gosta - neste caso estudar: Queixar-me. A toda a hora e todo o minuto.
Sempre que tenho oportunidade, queixo-me e digo: odeio isto; detesto isto. A sério, é verdade. E o que mais gosto, é de assustar os caloiros. Chego a parecer aqueles velhos que ditam profecias e maldições: cuidado, fujam enquanto têm tempo, fujam!
Enfim, lá está, sou o tal adolescente que está a passar por uma crise de meia idade e que está a fazer um curso que detesta.
Como o fazer? Queixar-se.
Ponto.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Fumar ganza - resultado.

Estava em grande fight com o aquecedor. Sim, era sangue, era tudo, horrível, chapada, bofa, golpes karaté, cenas. Não é mentira, tentei puxa-lo para mim com os pés. Que proeza ridícula.
Enfim, o meu pai ligou-me hoje e falou-me da vida dele. Que seca. Dei-lhe um tiro e ele agradeceu-me. Já não tenho que lhe dar prenda de anos. Já não falava com ele há cinco minutos.
Seguindo em frente. Estava a falar com a Rita ao telefone. Tentei convence-la que Deus não existe, mas ela disse que era uma questão do peso das batatas. Eu disse: "oh Rita isso não faz sentido", mas ela desligou-me o telefone na cara. Irritado, liguei-lhe outra vez, mas atendeu um cão. Fiquei assustado, porque só ouvia respirar, e por momentos, pensei que ela tinha sido raptada por um maníaco violador. Ainda bem que era o cão. Não percebi foi nada. Azar, fingi que sim e as pessoas acreditaram. Mas acusaram-me de tomar drogas. E eu fui preso. 
Depois acordei. Vesti-me porque achei que era rude ir para a rua nu. Um moço veio na minha direcção e perguntou: tens rimel? 
E eu respondi: não - mas depois corrigi, para não parecer mal e disse - não tenho aqui, deixei em casa. Que parvo. 
E ele: - opá, se tivesses dito que sim assaltava-te. Sendo assim, adeus.
Atirei-lhe um ovo à cabeça e ficamos assim resolvidos.
Entretanto a Rita ligou-me outra vez. Queria que eu fosse seu confidente. Eu disse que não porque estava ocupado. Ela esqueceu-se que era politicamente correcta e mandou-me para o caralho. 
  

sábado, 6 de outubro de 2012

Cenas quotidianas da vida.

Depois de fazer uma análise profunda da minha vida - uma espécie de estudo do comportamento humano em jovens de dezoito anos, sem intervalos para chá e para dormir - cheguei à magnifica conclusão de que sou parvo. Porquê? A ver vamos.

Parte Um - Rotina.
Gosto tanto de férias como o mais próximo, mas na verdade, sem rotina fixa não me governo. E embora seja um verdadeiro devoto da preguiça - sou um verdadeiro especialista nessa área - apesar de odiar faze-lo, até gosto de trabalhar.  No que gosto e me interessa claro, não abusemos.
Contradizer-nos a nós próprios é filosófico. Li algures.

Parte Dois - Felicidade
Nenhum escrito é um verdadeiro escrito sem citações de autores famosos e esta é a mais adequada a meu ver. Já dizia o grande poeta, Helder, o rei do kuduro, "A felicidade. Todos nós queremos a felicidade. Todos nós sentimos a felicidade. É felicidade!"
Se pensar bem, nunca tive um dia monótono e infeliz na minha vida. Eu tive a felicidade. Sim, agora é o momento em que me gabo do que tive e não tive. Nunca tive um cão nem nunca caguei dinheiro. Em relação ao primeiro, nunca ter tido um não reduz os meus níveis de felicidade, e até foi o melhor que podia ter acontecido ao possível dito cujo, porque se estivesse ao encargo de mim e da minha séria e atenta responsabilidade, o moço morreria de fome. Em relação a cagar dinheiro, não faço comentários porque deve ser nojento
Se houve monotonia na minha vida, ou infelicidade do calibre mais puro, não me lembro. Olhando para trás, até para os maus momentos que vivi, desde de ser visto a dançar nu como a perder as calças na escola, a minha vida tem sido absolutamente fantástica e acima de tudo, hilariante. O mau fica para trás e esquecido. O bom é relembrado e contado. Porque revolucionou vidas. Ou simplesmente porque superou o mal. Não interessa, viva o Dragon Ball.

Parte Três - A mãe da mãe da minha mãe.
Acho que nunca lhe dei o devido valor. Afinal de contas, se não fosse ela, eu não estaria aqui. Embora ela provavelmente me esteja a amaldiçoar por ter acabado com uma tradição de mulheres que nasciam de mulheres. Fui o homem que saiu de uma mulher. Esta epopeia vai ser declamada de geração em geração.

Parte Quarto - L'amour.
Podia começar esta parte em francês, mas não sei o suficiente.
Basicamente, o que aprendi ao longo da minha vida, e chamem-me parvo se quiserem, porque é algo que sou - considerar temáticas com amor, felicidade e rotina num estado de adeus adolescência e olá vida de adulto é simplesmente ridiculo, porque não vivemos nem metade para saber o suficiente nem para compreender ou falar com certeza destas temáticas - é que odiar pessoas não faz sentido.
Não faz sentido e é cansativo.
Sinto-me neste momento Jesus Cristo. Love everybody.
Ok, vou ser sincero, é mentira. Mas não odeio ninguém. Dá demasiado trabalho e como já disse sou um devoto da preguiça como nunca houve antes. Isto se excluirmos os alentejanos.
E em relação ao amor que todos conhecem e todos gostam de falar, esse é um cabrão que ataca quando menos esperamos e vai se embora quando quer. Tanto nos faz cantar bem alto à chuva, "I'm singing in the rain" como nos faz lamentar e cair na cama deprimidos à moda de Ray Charles, cantando "I'm a fool for you". Giro e emocionante. Decadente e deprimente. Se puxa para a bebida, fujam. Se puxa para comida saudável, agarrem-se a ele.

Parte Cinco - O fim.
Agora é a parte em que me despeço dos possíveis leitores. Não com um adeus, mas com uma pistola. Sim, vou matar a minha irmã. Estou cansado de passar fome. É o problema de se viver com uma rapariga de 14 anos. Nunca há comida para os outros no frigorífico.
E se há algo que posso recomendar, apesar da minha escassa experiência de vida, porque sou como o Quasímodo e raramente saio de casa, é isto:
Nunca escrevam embriagados. Faz mal ao fígado e à mente.
Boa noite a todos.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Títulos em estrangeiro resultam melhor.

Resultam pois.
Comecei há pouco tempo a rever uma série que fala sobre um escritor amargurado com a vida, extremamente deprimido, que se refugia na bebida e num mar de mulheres que se atiram por tudo e por nada, quase que gritando "yo quero vida lôca" - um texto sem referências ao extraordinário single de sucesso da Fanny, simplesmente não faria sentido -, e num estado de espírito quero lá saber, faço o que quero. Falo de Californication. Não me mijei literalmente a rir mas acho a série hilariante e de facto tem os seus momentos de sabedoria, bons para aprendermos e estudarmos para a vida. Hilariante, porque roça ao ridículo. Tenho pena do fígado do homem, que já não servirá de muito para transplantes ilegais, tenho pena do próprio homem, que por trás da imagem de um homem "eu sou o melhor e estou me nas tintas para tudo" está um homem desiludido consigo próprio, que se odeia, por ter lixado tudo com a mulher que ama. A série tem os seus momentos de extrema sabedoria e toca sempre no amor. É um tema fácil, constante, depressivo e hilariante, que acaba por fazer girar o mundo de braços dados com as mulheres e com o dinheiro. Os três grandes vícios. Homens atrás de mulheres. O contrário também acontece mas só com as que ainda não percebem o poder que tem nas mãos e entre as pernas.
A palavra solteiro pode para alguns parecer assustadora. Mas só parece. Não nos vai levar para um beco e encher-nos de porrada, como se pertencesse a uma máfia italiana, ou mesmo a uma máfia à portuguesa, muito mais perigosa, onde "le patron", o padrinho, é uma avó que está protegida pela imagem de cozinheira de magnificos bolos e que na realidade não terá problemas nenhuns em roubar-te o teu fígado e outros orgãos enquanto o possível leitor estiver a dormir. Nestas lides, a mulher é uma veterana inquestionável. Mas só parece. Porrada é uma excelente palavra como cagalhão, mas não vamos falar disso.
Hank Moody, a fucking star da série, prova-nos que estar solteiro não é nada assustador, e que através de figuras ridículas, de bebidas atrás de bebidas, de cigarros atrás de cigarros, de cara carrancuda e com ódio a nós próprios, ser solteiro pode mesmo significar gajas atrás de gajas, que no final do dia não irão significar nada mais do que bons momentos de trinta, quarenta minutos, mas que rapidamente se irão evaporar, porque o que nós queremos é alguém para nos dar na cabeça, para nos ouvir, para nos entreter com problemas, para nos salvar dos nossos problemas e para ser o nosso refugio deste mundo da treta que toda a gente continua a insistir que é engraçado.
Dito isto, a série tem os seus momentos e dá para se ver bem.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

E agora?

Onde andam palavras, que vinham e vinham, e que agora não aparecem?
Acabou? Talvez por agora mas depois haverá mais.
Se aparecem, são escassas, sem sentido, frias, sem articulação.
O pretensioso que queria ser cronista aprendeu o seu lugar?
Percebo. Os melhores momentos de escrita surgem acompanhados com pseudas e falsas depressões, com súbitos ataques de caganeira ou com as musas. As musas que não sabem que o são.
No entanto, de momento não há nada. Só fingimento e esse já não chega.
E agora?

Pois. A perigosa, a temida, a evitada viagem.
Um regresso ao que se era no passado, com toques e tiques do futuro.
Liga-se o DeLorean e segue-se em frente.
Um último deslumbre do que foi, um analisar do que podia ter sido, um retomar do que antes era.
Um novo começo ou uma simples continuação.
Parte seguiu, parte renasceu, parte acordou, parte morreu.
Não é propriamente o fim. Pois não se cede, não se pode. 
Mas há vida.
Deixemos de lado a observação.

Desinspiração. 



domingo, 12 de agosto de 2012

Festas de aldeia

A Banda faz intervalo e deixa a tocar A Garagem da minha vizinha, do mítico Quim Barreiros, o espólio da música nacional, imprescindível em festas de aldeia. Também imprescindivel em festas de aldeia, porrada.
Vejo rapariga. Sorrio. De forma sedutora. Acho eu, não sei bem, estou com dois copos na mão. Marcha um, marcha o outro, marcha apalpão no traseiro da rapariga. Marcha soco. Não da rapariga, mas de um sujeito que aparece a espumar de raiva entre a multidão.
Atira uma garrafa que falha o alvo e acerta num caixote de lixo. Pensa o sujeito: tareia para cima dele.
Resultado: Ressaca, dente rachado, olho inchado, nariz a sangrar.
Está na altura de ir embora e dormir. Chega de brincar aos campónios.

sábado, 4 de agosto de 2012

Jogo de repetições.

Atenção: muitos dos textos publicados neste blogue, são meros devaneios, muito fingidos e acima de tudo, um jogo de "partir pedra". Portanto o possível leitor não se admire se encontrar algo pouco original ou algo que já encontrou de outras formas noutros lugares. Não lhe prometo novidade. Prometo devaneios. Pensando melhor, não lhe prometo nada. Digo só que gosto de me fingir de moralista. Gosto de fingir.
Dito isto, passemos à frente.

Não sei tudo o que há a saber, nem metade da metade da metade da metade de tudo o que há para saber. Resumindo e baralhando, pouco sei, mas vou falar como se muito soubesse.
Estou farto de férias. O possível leitor está agora chocado. Ou então está indiferente. Não sei, não o conheço. Estou a falar sozinho, como já disse anteriormente, mas de uma forma que ninguém julga louca e que se for bem sucedida até aplaude e elogia. Mas sim, estou farto. Estou farto de não ter rotina, farto de descansar. Não só estou farto como não irei descansar mais nada até recomeçar a vida de universitário e até às próximas férias porque a vida assim o decidiu.
Mas agora façamos um jogo de suposições, porque é algo que gosto muito.

Imagine-se com tudo. Sorria. Aproveite bem o momento.
Agora ficou sem nada. Porquê? Malandrices da vida.
Sente-se triste? abatido? Provavelmente não, porque está distanciado e só está a imaginar, ou simplesmente a ler. Mas vamos supor que sim.
Pode deprimir por uns momentos.
Leve o seu tempo.
Mais um pouco.
Terminou. Saia do chão. Está a fazer uma figura ridícula. Ninguém gosta de pessoas deprimidas. São chatas e só falam do mesmo assunto. Ganhe coragem.
Sente-se numa cadeira. Pense um bocadinho. Já passou algum tempo, pode reflectir com um certo distanciamento as coisas e tudo o que perdeu. Pense nas razões. Sente-se culpado? Ou injustiçado?
Se sente injustiçado, não faça algo do género Conde Monte Cristo, ou Steven Seagal, não tente uma vida de vinganças. Esgota-o por dentro e resulta melhor na ficção. Siga em frente. Se se sente culpado, o mesmo. Aprenda com os erros. Não os repita. A vida é como a História, porque a História está recheada de vida. São ciclos. Tudo se repete, de formas diferentes.
Levanta-se e vá se ver ao espelho. Está com mau aspecto não está?
Dê uma mudança de visual e faça o favor de se alimentar.
Dou-lhe um momento para deitar tudo cá para fora. Insulte quem tem que insultar, parta o que tenha que partir. Não reprima. Perdeu um amor e acha que tem hipóteses de o recuperar? Faça-o com cautela. Ou então não o faça. Não devemos desistir, mas também não nos devemos torturar. A decisão é sua.
Perdeu tudo? Agora vá lá, recupere ou conquiste outras coisas.
A vida continua e não espera por si.
Diz que sabe disso? Não parece.
Ganhe coragem. Levante-se e siga em frente.
Ou então torture-se até ao fim, com esperanças e suposições. A escolha é sua.
De qualquer das formas, vai ser custoso.


quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Queria ter um porco que soubesse andar de patins

Façamos um pequeno jogo de suposições.
Vamos supor que estamos alterados. Ou pelo menos, que eu estou. O possível leitor certamente está a pensar no perigo que é vir até ao computador, ligar-se às redes sociais e em simultâneo, atacar a escrita, podendo ter devaneios sobre depressões, vida, amores, etc. Aviso desde já, não se preocupe, já comi arroz com carne. Alimentado, posso seguir em frente.
O estado no qual me encontro agora, foi uma simples consequência de três copos de sangria. Não é grave e nada de exacerbado, mas o suficiente para dizer disparates e perder-me com rumores de mim próprio. Se é que isto queira dizer alguma coisa. O possível leitor, deve pensar que sou um fraco no que toca a esta vida universitária de excessos e loucuras. O possível leitor é um nabo. Sou inteligente e poupado. Mais depressa alegre, mais devagar me torno pobre.
E esta pequena alegria, para não lhe chamar bebedeira pois não chega a tanto, bem que podia dar vontade de falar de amores perdidos, erros cometidos, de fazer telefonemas descabidos e comprometedores. Mas não. Dá-me até vontade de relembrar a mais épica pequena alegria que apanhei, no mais que lendário bairro alto, capital da vida boémia lisboeta.
Façamos uma pausa, vou fingir que vou beber café e que quero ter um porco que saiba andar de patins para meu divertimento.

Regressemos da pausa. Imagine-se no bairro alto à espera de um grupo de amigos acompanhado de uma garrafa de vinho. Pronto. Agora imagine que está à espera desse grupo há mais de meia hora. Aborrecido não é? O possível leitor que note que o trato com respeito e dignidade por o tratar por você. Ou simplesmente que o trato assim porque não sei se existe e não tenho grandes confianças consigo. Tudo com o tempo.
Bom, voltando ao bairro alto, imagine agora a garrafa vazia. Parabéns se imaginou, vá à merda se se recusou a imaginar. Peço desculpa a linguagem, mas sou um homem independente, rebelde e recheado de direitos de liberdade de expressão e de mente aberta. Ria-se um pouco. Já chega.
Os amigos chegaram. Finalmente. Vamos supor que traziam consigo cigarros para rir, e que agora estão se todos a rir. Como a vida consegue ser hilariante.
Agora perdeu-se dos amigos.
Encontra um vendedor de óculos de sol, de preferência indiano que só saiba inventar preços mirabolantes ou que só saiba dizer "quer comprá? cinco euro". Agora juntou-se a ele e está a cantar músicas como "I will survive" e ajuda-o a tentar vender óculos.
Diga-lhe adeus, porque a vida continua. A sua sociedade com o indiano acabou. Agora encontrou um restaurante onde está um fadista de cana rachada e vai substitui-lo.
Aplausos. Sinta-se um artista.
Dou-lhe um momento para apreciar.
Acabou.
Agora encontra uma rapariga que lhe pede um cigarro. Fumou uns quantos pelo caminho, mas eram todos implorados ou pedidos. Diz que não tem. Ela pergunta: estás sozinho? O possível leitor responde: perdi os meus amigos. Ela diz: então vem comigo.
Está numa casa com estranhos e com uma rapariga, agradável à vista, mas de pensamentos obtusos. Divirta-se um pouco.
E é isto.
Agora vai comprar um hambúrguer. É assaltado por um moço, boina na tola, dente de ouro, que possivelmente não tinha, mas passa a ter, calças ao fundo do cu, como marca de disponibilidade no mundo da prisão, e de faca no punho. Volte a casa, a noite morreu.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Apelo à meia noite,

Já passa da meia noite mas vamos fingir que é meia noite certinha.
Aqui estou eu, num canto escuro do quarto, em frente à minha máquina de escrever, de cabelos e barba branca, tudo oferecido pelo passar dos anos e pela putice da vida, isto como se eu fosse muito velho, mas através do que escrevo gosto de dar a ideia que o sou.
Primeiro, acrescentar dialecto calão e asneirado a um texto dá-me o ar de rebelde, de alguém a quem as regras não se aplicam, de alguém dedicado e decidido, que enfrenta a vida, cospe-lhe na cara, dá-lhe um pontapé nas virilhas e ainda solta uma gargalhada maléfica. Ou apenas de tolo. Passemos à frente.
Segundo, em matéria de café, não sou grande apreciador, mas tenho um primo que o é.
Terceiro, o possível leitor já compreendeu que estou apenas a prosseguir com palavras que por acaso se articulam entre si mas que não dizem nada de jeito. Estrangeirismo - brainstormig.
Quarto, acho que vou começar a inventar uma língua qualquer, um português inspirado em criolo ou noutras línguas. Se alguém me criticar ou atrever-se a dizer que falo mal português, mando-o à merda, pelos motivos acima apresentados, e digo que estou a inovar. Agressivo? Não, decidido.
Quinto e último ponto - O apelo.
É um apelo à bondade dos Homens e das mulheres, se neles ainda existir uma réstia de humanidade e de esperança.
Pronto, já fingi de Santo Papa por uns momentos. Vou me dedicar à Décima Oitava Arte. Dormir.

Falemos de nada

Hoje acordei mais cedo que o dia.
Olhei para o lado e apeteceu-me ler um livro. Tudo mais que lido. Já passaram cerca de 15 anos desde que aprendi a ler pela primeira vez e ainda...esqueci-me do que ia dizer. Não devia ter importância.
Olhei para o céu, mas só vi o tecto. Limpo mas para mim e para os meus padrões de limpeza estava completamente cagado.
Acordar mais cedo que o dia. Que falta de interesse. Só se for para fazer uma surpresa a uma amada - pequeno-almoço, café, lavar os dentes antes do beijo - mas como não tenho nenhuma, não há interesse.
Queria adormecer outra vez. Tive um pesadelo horrível. Matava os meus pais.
Estava a mentir, mas agora o possível leitor acha que sou um psicopata americano, um autêntico louco homicida e isso diverte-me. Vá, chame a policia. Ou então recomende-me uma ida ao psicólogo.
Digo-lhe em primeira mão que não vou. Nem para a prisão nem para um escritório onde serei tratado por um mero negocio, bastante semelhante a coisas estranhas de videntes, mas com melhor aspecto e melhor nome que professor Mamaki.
Mas tive de facto um sonho, não pesadelo.
Sonhava que as minhas avós iniciavam uma corrida de carroças contra um primo meu bastante rico, com ar do senhor da mansão das coelhinhas, mas não digo o nome dele para dar uma de qualquer coisa. Elas iam numa carroça. O meu primo ia num carro desportivo extremamente veloz. Não indico aqui nomes porque o meu conhecimento sobre carros é nulo.
Venceram elas mas despistaram o carro. Foi um desastre porque não tiveram hipótese de saborear a vitória e tiveram que apanhar os ovos que não se partiram. Iam para uma daquelas convenções secretas de avós, que desejam enfardar o mundo com doces e montes de coisas.
Bom, acordei mais cedo que o dia.
O que eu dava para voltar adormecer. Se calhar não dava nada de jeito.
Apetece-me dizer que ganhei a lotaria, para ver se vinham montes de pessoas assaltar-me a casa. Depois podia-me dedicar à minha arte de matar pessoas, e fazia jogos de fome e de gladiadores.
O possível leitor deve achar-me um completo lunático homicida. Acha mal.
Sou só louco.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

O mundo dos outros.

Era uma vez um rapaz que vivia no mundo dos outros, deslocado mas despreocupado. Teria criado um mundo para si próprio, se tivesse paciência e não fosse tão preguiçoso e do lema “deixa fazer para amanhã”. Não que tivesse sido sempre assim, mas descaiu-se em demasiada. Criou então, porque dava menos trabalho, uma frágil mas grande bolha de sabão invisível. Não era impenetrável, mas dava-lhe uma sensação de segurança e tranquilidade. Debatia consigo próprio assuntos que não lembravam nem interessavam a ninguém, e idolatrava heróis de bigode. A vida ofereceu-lhe desgosto, amargura, desilusão, mas ele nem reparou, de tal maneira que estava distraído e entretido na sua bolha, com os seus devaneios e imaginações. O mundo dos outros era estranho. Milhares de pessoas iguais entre si. O rapaz bem que ouvia rumores de que havia alguém como ele, mas nunca teve grandes esperanças. O mundo dos outros era um mundo mentiroso de gente mesquinha e pouco inteligente. Mas o rapaz não era sempre preguiçoso, era curioso e muitas vezes determinado, e de vez em quando, abandonava a sua bolha e vagueava sem protecção pelo mundo dos outros, interessado em descobrir novas pessoas e coisas. Era teimoso e valente, mas ia sempre precavido, e ansioso por aventuras. Sentia-se deslocado, mas pelo mundo dos outros tinha um enorme fascínio, estranho e incompreensível. Identificava-se com os seus problemas, mas achava-os patetas. Que mundo sedutor e irritante. Só que um dia, aventurou-se em demasia pelo mundo no qual vivia, mas que não era seu. Foi magoado e ficou de coração despedaçado. E não conseguiu encontrar a sua bolha de sabão, que tanto estimava e que tanto o protegia. Ficou triste e a sofrer. Sem amigos, sem ninguém. Refugiou-se nos sonhos e por momentos esqueceu a preguiça e criou um mundo para se proteger, um mundo bizarro e alucinado, confuso e desorganizado, mas seu. Mas fechou-o a sete chaves, para nunca ser encontrado, e adormeceu a valentia, adormeceu a dedicação, e mergulhou num mar sombrio. Abandonou o mundo dos outros, perdeu-se no seu, perdeu-se nos seus sonhos infindáveis. Não eram estáveis, mas eram mais calmos do que o que o esperava no mundo dos outros. E era ele o supremo governante. Ele gostava dessa ideia.

domingo, 29 de julho de 2012

O Grande Fingidor.

Não se esqueçam que não passo de um recém-adulto, com tiques de adolescência e com tiques de senilidade. Para gente como eu, o hoje deve se transformar no ontem e ser rapidamente esquecido e ultrapassado. Mas enquanto não se transforma, é tempo sofrido. Tudo e nada importam. Sejamos uns falsos deprimentes e atiremo-nos para um mar de revelações por um momento.

Um certo rapaz adorava falar de si próprio, como qualquer pessoa com os cinco alqueires bem medidos, mas apesar desta característica, não se deixem cair em ilusões, não era uma pessoa que se desse facilmente, e a sua sociabilidade tinha limites. Sempre foi muito teatral mas nunca foi dotado nas artes da representação. Nessas, não passava de um palhaço que todos julgavam que era bom actor porque disfarçava os seus maus jeitos com palhaçadas e loucuras, fingindo que era pior do que era. Mas no grande palco que é a vida, ele era um dos melhores actores. Representava bem, para o seu bem e para o dos outros, mesmo quando não parecia. De parvo não tinha nada. Mas por outras palavras, tinha tendências para a mentira compulsiva. Todos temos que tomar decisões. Certas ou erradas. Custam mais, na sua maioria, as decisões correctas. Custo de oportunidade. E embora novo, o rapaz sabia disso e considerava que tinha uma farta e extensa experiência de vida e dos seus sabores e dissabores.De parvo não tinha nada, mas tinha tiques de egocêntrismo.
Chegou o grande dia. Sofrendo de amores, teve que tomar uma decisão. A que lhe custaria mais, e a que menos queria. E foi um fingidor. Enganou para o bem dos outros, e sem eles se aperceberem. Provavelmente, o presumível leitor não está a compreender o significado nem o desenrolar da história, mas detalhes não são necessários para o que há de vir. Limitemos-nos a dizer que foi por amor. Sim, esse sujeito que teima em regular as nossas vidas. Não foi o único motivo, mas digamos que sim. Amor é um tema mais fácil e dá mais leitores do que mortes de familiares, do que desgraças e desacordos dentro de uma família. Continuando. Para se seguir em frente, há que tomar decisões. O rapaz tomou uma. Afastar-se e afastar. Fingiu, mentiu. Algo que tinha prometido nunca fazer. Foi um fingidor. Enganou para o seu próprio bem e para o dos outros. Actuou, representou. E ninguém se apercebeu. O que fez ou deixou de fazer, pouco importa e poucos sabem. Fingiu uma paranóia e foi mais louco do que na realidade era. Mas como disse, o rapaz não era tolo de todo. Fazia-se de tolo quando a ocasião o exigia, e só era verdadeiramente tolo quando estava distraído. Tudo o que fazia tinha um propósito e um fim. Podia não ter muito, mas força de vontade e de decisão tinha. Mesmo quando parecia que não tinha. O possível leitor continua atrapalhado, como seria de esperar. Mas para um contador de histórias, algo que todos somos, é difícil contar uma história de que pouco se sabe mas que se presume muito. No entanto existia um objectivo. O rapaz queria seguir em frente. E sabia como o fazer. Coragem para o fazer? Foi precisa muita. Sofreu? Claro, todos sofremos. Mas foi o melhor através do pior? Foi. Dia após dia, temos que enfrentar um imenso palco, onde actuamos para milhares e com milhares. Temos que actuar conforme a situação. Maus actores? Apenas os menos corajosos.
O que é feito do rapaz, que ninguém sabe bem o que lhe aconteceu e que poucos sabem o que fez. Destruiu-se. Mas renovou-se e continuou. Tomou decisões e deixou de ser um rapaz. Fez uma operação de mudança de sexo. Na realidade tornou-se num homem. Aventureiro? Com limites. Crescera com estabilidade e gostava dela. Precavido e acordado? Sem dúvida. Iludiu muita gente. Não era poeta, mas era fingidor. E tinha mais necessidade de o ser do que os outros.
Moral da história? Devaneios. Uma história mal contada, que quer ser contada, mas que é perigosa de se contar. A simples lição é esta, possível leitor. Devemos escrever do que sabemos e do que vimos. Devemos ter cuidado com o que escrevemos. Devemos escrever para nós próprios, mas não devemos viver o que escrevemos. Esse é o papel dos leitores. Mas em relação ao que sabemos e ao que vimos, sabemos se o imaginarmos. Devemos ser vagos, mas precisos, egocêntricos e pretensiosos. Devemos ser nós próprios mas devemos também ser actores. Devemos ser humanos. Escrever como se soubéssemos tudo, mas pensar como se não soubéssemos nada.

A respeito de velhice.

A velhice bateu à porta dos meus pais. A sua teimosia e casmurrice foi tanta, que eles decidiram chamar a polícia, trancar as portas, fechar as janelas e acabaram por se barricar em casa. Eventualmente desistiram de a combater e abraçaram-na como a inimiga que sabiam que um dia ia chegar. Comecei a notar certas diferenças. De repente, pareceu que a moda nesta vida familiar era usar óculos para ver ao longe e ao perto. Eu não sou muito de modas e não me meti nisso. Mas a minha irmã gosta de dar nas vistas e juntou-se. Vieram os brancos e os cabelos pintados. As dores de costas dia sim, dia sim. As minhas perguntas começaram a ser respondidas com um “hã” ou “não percebi”. Acredito que um dia irão fazer como o meu avô e usar aparelho auditivo, mas desligando-o só para não terem que ouvir ninguém. Vieram as perguntas e as histórias repetidas. Estão se a tornar avós antes de terem netos.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Literatura de cortar os pulsos II: desacatos com inquilinos

O título é como é, faltou criatividade.

Vou para fora uns bons tempos. Mundos distantes, vida boémia, coisas minhas. A vida oferece desgosto e suspense, mas eu cuspo-lhe na cara e abalo para a minha casa de campo, como sempre fiz.
Agora, desapareço. Darei notícias? Penso que não. 
Vou me refugiar em histórias de heróis com bigode, aventura, romance de capa e espada.
 Em matéria de todo o tipo de força, não sou dos mais fortes nem dos mais corajosos, em matéria de inteligência e racionalidade, algumas vezes deixo um pouco a desejar, visto ser um ser humano muito movido por emoções. Por agora acabou. As malas estão feitas.
Sou amante de História, e a mesma repete-se, como que um ciclo. E apesar de estar mais que ciente das traições mais que possíveis e prováveis da vida, o ciclo repetiu-se outra vez.  
Tiraram-me o descanso. Mas descanso precisa-se.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Literatura de cortar os pulsos

Não sou profeta, nem faço pretensões de o ser, mas acredito que até ao final da Humanidade, a comédia irá sempre ser desvalorizada em relação ao drama. Sempre o foi até aqui e será até ao fim. Penso eu de que.
As pessoas preferem mil vezes ler algo deprimente, do que algo hilariante ou pacífico. Preferem ficar chocadas e tristes do que alegres e risonhas. Acho ridículo. Mas as pessoas são masoquistas.
Eu também já escrevi textos corta pulsos. A expressão não é minha mas façamos de conta que é. 
Não sou grande - nem sou sequer amador - escritor. Nem desejo ser. Não tenho vocabulário suficiente. Nem sou o maior dos leitores. Mas a escrita sempre foi um escape do mundo. É o falar sozinho que ninguém considera loucura. Tudo o que escrevi de deprimente, foi num momento de loucura ou obsessão, em que de repente o mundo parecia desabar, em que tudo caia à minha volta, e na realidade era só eu, que não me queria levantar. Quando me apercebia do quão deprimente e triste era, ria-me. Porque acho algo desnecessário à nossa vida. A vida já por si é deprimente, assustadora, mas também hilariante e divertida. E vivemos todos muito pouco. Mas até agora não estou a dizer nada de novo, sou um mero recém-adulto, ainda com tiques de adolescência e com muito da vida para descobrir e aprender. 
Quanto a tudo de deprimente que já escrevi, foram no geral, textos amorosos. Tudo o resto, era eu a "fingir" que estava deprimente. 

Mas escrevo para mim. Para mim e para os milhares de homenzinhos que habitam e controlam a minha cabeça. Portanto posso dizer que tenho uma multidão de seguidores. E o que escrevo para mim, é alucinado, excêntrico, disparatado - sublinho o para mim atrás - e hilariante. 

Agora textos corta pulsos, não, desisto. Se os escrever, estarei a fingir. Detesto. Uma pessoa chega ao seu limite a determinada altura. Não tenho cabeça para isso. Leio alguns, sim, mas escrever, não. A vida é uma puta, mas é uma puta engraçada. Dá para nos divertirmos. E acabamos todos por ser meros peões no meio disto tudo, num jogo qualquer, que parece não ter sentido. 
O tempo, pelo menos para a minha pessoa, isto é, para mim, não para uma pessoa que eu detenha como escrava, porque isso é proibido, sempre passou a uma velocidade tremenda. Um dia, sempre pareceu uma semana. E uma semana sempre pareceu um dia. E aprendi nos últimos tempos, mais do que esperava ter que aprender num tão curto espaço de tempo, que a vida continua, e que não a devemos desperdiçar a escrever sobre o quão deprimentes e miseráveis somos. Temos o nosso mundinho para nos queixarmos e chorarmos. Mas apenas o suficiente, depois é seguir em frente e dar umas boas gargalhadas. 
Acabamos todos por ser uns ingratos, egoístas e deprimentes, em determinado momento da nossa vida. Mas só fica assim muito tempo quem quer.
Eu não quero. 
Portanto, vou escrever sobre heróis, que só o eram, porque usavam bigode, sobre pais que chegavam em cestos às casas dos filhos e pouco ou nada sobre histórias de amor. Isso já há quem escreva aos molhos. 
Resumidamente, vou continuar a escrever para mim, e dizer adeus a escrita corta-pulsos sentida. Fingida, talvez, mas só se começar a ficar desesperado por leitores. 

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Se eu tivesse um irmão

As relações conjugais entre os meus pais brindaram-me com uma irmã e não com um irmão. Não me vou queixar nem dizer que tenho pena, porque é provável que ela se lembre de ler isto, e sei que ela tem desejos homicidas a meu respeito. Mas gostava de ter tido a experiência de ter um irmão mais novo. Gosto de imaginar que se resumiria a isto: ele imploraria por uma camisola minha que teria o nome da minha banda favorita porque era muito fixe e queria mostrar na escola. Como irmão bondoso que sou iria ceder. Mas a camisola teria que ter um “V” de volta. Claro que não voltaria. Como vingança iria roubar-lhe todas as camisolas. Mesmo que não me servissem. E claro que faria uma gargalhada maléfica. O moço iria ter que pedir roupa à mãe.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

The Return of Titanic - 3

Ao contrário da primeira temporada, a segunda temporada de "The Return of Titanic" foi aclamada pela critica e pelo público, e a entrada de Stallone na produção foi aplaudida de pé, o que o fez assinar mais duas temporadas. 
E para reforçar a equipa de produção da série, Stallone chamou veteranos do cinema como Jackie Chan e Tom Cruise para encenarem as cenas de acção e Tarantino e George Lucas para escreverem os guiões.


3ª Temporada - 14 episódios
- The Curse of Jack  -

Jack (Leonardo DiCaprio) e Rose (Maggie Smith) vivem agora no México. Chamam-se José e Rosa, ele toca guitarra e ela dança o tango. Com a massa que lhes dão na rua vivem felizes esta nova vida, sem brigas, porque a casa que habitam é pequena, de madeira, sem rendas nem ortigas, afastada da civilização, lá colocada no meio do deserto, com muito poucos móveis, porque eles são poupados e arrumados, e muito confiantes de que nunca mais serão encontrados por Cal (Clint Eastwood) e pelo exército americano.
No entanto Jack continua a lutar contra a depressão. Ele não consegue compreender este novo mundo, tudo lhe faz confusão. Tem dificuldades em dormir, em comer, em fazer seja o que for.
Na cidade mais próxima, comprou uns comprimidos a um mestre chinês (cameo de Jackie Chan), que supostamente ajudariam-no a dormir, mas só o deixaram mais acordado.
Certa noite, algures no primeiro episódio, devido às insônias, não consegue dormir e vai para o alpendre da casa, fumar um cigarro e mirar o Nada, um coiote que passava por ali todas as noites. De repente surgiu uma enorme luz vinda do horizonte, e no seu centro, vinha um homem de fato branco (Morgan Freeman). "Quem és tu?" perguntou Jack. "Eu, sou Deus", foi a resposta.
Nessa mesma altura, Cal encontra-se no bar com Vincent Vega e Jules Winnfield (John Travolta e Samuel L. Jackson) dois assassinos profissionais que só matam se estiverem de óculos de sol. Cal avisa que não tolera erros. Dá-lhes a missão de descobrirem o paradeiro de Jack através dos meios necessários.
Entretanto, Deus (ou melhor, uma alucinação derivada dos comprimidos que Jack tomou) diz que brevemente, Jack e Rose serão encontrados e que o único homem que os pode salvar é o Doc (Christopher Lloyd). Têm uma conversa existencial e intelectual que ocupa dez minutos do episódio e depois cada um vai para o seu lado.
O sol bateu na cara de Cal, que sedento de sangue, bateu-lhe também, perdeu as estribeiras e foi atrás da família de Rose para encontrar o casal. Mata Roger (Steve Carell) e tortura Lizzy (Rachel McAdams) que não lhe dá informações porque era toda "bad ass" como a avó. Vega, que tinha contactos e métodos persuasivos, descobre o paradeiro de Jack e Rose e vai ter com Cal para o informar. Cal agradece-lhe, e dá-lhe uma mala cheia de dinheiro.Vega divide esse dinheiro com Jules e cada um vai para o seu lado, Jules compra acções da Macdonalds, pois tinha um fetiche com hambúrgueres e Vega gasta a sua adquirida fortuna em Amesterdão, acabando por ficar louco, chegando ao ponto de acreditar que tinha uma relação com um iceberg mas que este o traiu com o mar.
Jack fala com Rose e diz que têm que voltar aos Estados Unidos, porque embora seja uma acção arriscada, é a única forma de poderem finalmente escapar de Cal. Rose concorda e aceita pois não gosta de comida mexicana.
Entretanto, já de volta à terra americana, Jack e Rose encontram Cal, por acaso, na rua, que estava a sair da mercearia, e fogem a sete pés embora só tivessem dois. Cal começa a disparar como louco. Rose rouba um carro, mas como era meio esquecida, deixou para trás Jack, que se escondeu atrás de um poste, pensando que Cal, como era velho, não o ia ver. Cal vai dando uns tiros, há explosões e muita acção. De repente, chega a acelerar um carro da polícia, com dois sargentos, Riggs e Murtaugh (Mel Gibson e Danny Glover) mas estavam a discutir um com o outro e despistaram-se. Jack está agora no chão, e Cal aponta-lhe a pistola:
- Eu sei no que estás a pensar. "Disparou seis tiros ou apenas cinco?". Bem, para dizer a verdade, com toda esta excitação e ejaculações confesso que me perdi. Mas esta é a 44 Magnum, não é um gelado mas bem que podia ser, e é a arma mais poderosa do mundo que com apenas um disparo rebenta a tua cabeça. Tens agora que fazer a ti próprio uma pergunta: "Sinto-me com sorte?" Bem, sentes-te? Otário?
Mas Jack não estava a ouvir bem por causa das explosões e disse indignado:
- Eu não me chamo Octávio!
E assim que Cal está prestes a disparar, chega a cavalaria pesada, a velhota Rose, que com o carro roubado atropela-o:
- Entra no carro Jack!
Depois de Jack entrar, fogem os dois, a pensar que derrotaram o Cal, mas claro que não o fizeram, um homem que quer vingança, não se derrota assim. Levantou-se e foi atrás deles.
O casal chega a Hill Valley, e entram porta a dentro na casa de Doc:
- Precisamos de ajuda!
- Vocês não deviam estar aqui - disse Doc - o exército e a polícia andam à vossa procura...
- Porquê? - pergunta Jack.
- Foram acusados de terem sido a principal causa do naufrágio do Titanic, e de outros crimes graves, mas este é o mais importante!
- Como é que é possível? - pergunta Jack batendo numa mesa.
- O Cal acusou-vos, disse que vocês estavam a namoriscar na proa do barco e os dois vigilantes ficaram distraídos a olhar para vocês e por isso não viram a tempo o iceberg.
- Oh meu deus! - diz Jack.
De repente, Rose cai no sofá:
- O que se passa querida? - pergunta Jack preocupado.
- Nada, estou só mal disposta.
- Só há uma solução. Eu tenho que vos enviar para ao futuro. - disse o Doc.
- Para ao futuro? - pergunta Jack, rapidamente.
- Vocês nunca conseguirão fugir do Cal, ele faz parte de uma ordem secreta liderada por um homem extremamente maléfico que jurou afundar o Titanic para poder dominar o mundo.
- E porque não nos envias antes para o passado?
- Porque podem correr o risco de alterar o futuro, e isso não pode acontecer...teria consequências imprevisíveis, poderia criar uma realidade alternativa, que mudaria toda a face do blá blá...
Jack e Rose deixam de ouvir o Doc e olham um para o outro, conversam telepaticamente e beijam-se. De seguida, concordam com Doc:
- Muito bem - diz Doc - para a garagem!
Em Nova Iorque, Cal encontra-se com o mestre da sua Ordem, um homem alto e velho, de voz grave e poderosa, com o nome de Franscisco Scaramanga (Christopher Lee). Adorava mangas, principalmente se fossem roubadas, e era diabético. Cal pede-lhe ajuda, que Scaramanga concede sem pestanejar, devido ao imenso contributo de Cal para a Ordem.
Na garagem, Doc exibe um DeLorean, a sua máquina do tempo:
- Estão preparados para a viagem das vossas vidas?
- Querido, eu tive filhos. - responde Rose sarcástica (pausa para gargalhada de estúdio).
Jack e Rose entram no carro e Doc diz:
- Vou vos mandar para o ano 2015, eu gostei.
E lá vão eles para o futuro.

Continua...

Clint Eastwood venceu o Emmy e Globo de Ouro para melhor actor secundário numa série dramática
Morgan Freeman venceu o Emmy de melhor actor convidado numa série dramática
Sylvester Stallone venceu o Emmy de melhor direcção numa série dramática
"The Return of Titanic" venceu o Emmy e Globo de Ouro de melhor série dramática

quinta-feira, 19 de abril de 2012

The Return of Titanic - 2

Depois da primeira série que foi produzida por Steven Spielberg e recebeu péssimas criticas mas que foi um sucesso inacreditável de audiências, chega a 2ª temporada de "The Return of Titanic". 
James Cameron manifestou interesse em realizar esta temporada e George Lucas em produzi-la, mas foi Sylvester Stallone que assumiu o comando da produção e realização, dando um novo estilo e look à série, tornando-a, palavras do próprio, "mais viva e mais mexida"...


2ª Temporada - 12 episódios
- Remember Hockley -

"REGRESSA DOS MORTOS E SALVA 200 PESSOAS!".
"JACK DAWSON, DE MORTO A HERÓI".
Jack (DiCaprio) é capa de jornais e revistas. A história do homem que regressou das profundezas do mar e salvou um navio inteiro está a percorrer o mundo. Fazem-se filmes e livros sobre a história e vida de Jack, que agora mora numa mansão com a Rose (Maggie Smith).
Jack está com uma depressão. Não se está a adaptar a este novo mundo. Está feliz por estar de volta aos braços de Rose, mas ela está velhota e cansada. Tentam fazer uma vida juntos, Jack ama Rose e Rose ama Jack, mas não tem sido fácil. Tiveram demasiado tempo sem estarem juntos e os netos de Rose, Lizzy e Roger (Rachel McAdams e Steve Carell) opõem-se à sua relação por Jack ter a aparência de muito jovem e por não trabalhar e não fazer nada da vida.
O exército norte-americano manifestou interesse em Jack. Estava interessado em fazer experiências com ele, estudá-lo e até, talvez, torná-lo numa máquina invencível de guerra. O oficial Ron Hunter (Denzel Washington) vai até a mansão deles, para tentar falar com Jack e observá-lo. A velhota Rose permite que Hunter entre. Hunter, com o seu ar extraordinariamente calmo, vai para o escritório com Jack onde tenta convencê-lo a ser estudado, explicando que poderiam fazer coisas extraordinárias que resultariam no reforço do poderio americano e da paz mundial . Rose fazia tricô na sala muito tranquila, até que de repente, ouve um grito que vinha do escritório. Jack estava em perigo. A velhota Rose tinha estudado feitiçaria e encheu Hunter de porrada e lançou-lhe um mau olhado, expulsando-o da mansão. Mas Hunter deixa um aviso a Jack "a Rose não vai poder proteger-te para sempre Jack, e quando ela morrer, vimos buscar-te."
Conta a lenda, melhor, conta a Rose, que Cal Hockley (Billy Zane no filme, Clint Eastwood na série), seu ex-noivo, depois de perder tudo com a queda da bolsa de Nova Iorque em 1929, suicidou-se...mas era mentira, Cal vivia agora no interior do Oeste Americano, agarrado a uma cadeira de rodas, careca, sempre de cachimbo na boca. As notícias de Jack nos jornais chegaram-lhe muito rapidamente, e Cal soltou um grito de raiva. Não só o seu  inimigo mortal estava vivo como estava com Rose, o amor da sua vida.
Irritado e desejoso de vingança, contratou uma equipa de assassinos profissionais liderada pelo galã Julian Noble (Pierce Borsnan), um veterano nestas lides. O problema é que ele estava a passar por uma crise de meia idade e questionava a moralidade do seu trabalho, portanto depois de receber a missão e o nome e morada das vítimas, foi ter com os namoradinhos, disse-lhes para fugirem para o México e mudarem de nome, para que Cal perdesse o seu rasto. O casal fugiu, e Noble ficou de consciência tranquila e disse a Cal que não conseguiu encontrá-los.
Só que Cal irritado com Noble matá-o por não ter estado à altura do trabalho. "Se queremos algo bem feito, temos que ser nós a fazê-lo" pensou. E saiu da cadeira de rodas, vestiu-se à cowboy e foi fazer o que devia ter feito há 80 anos atrás, matar Jack e ficar com a Rose.

(renovada para mais duas temporadas)

Clint Eastwood ganhou o Emmy de Melhor Actor Secundário numa série dramática.

domingo, 15 de abril de 2012

Coisas de mãe

Tinha acabado de fazer 18 anos, e a minha mãe deu-me os parabéns, muito feliz e sorridente, mais um belo presente e perguntou-me em jeito de brincadeira:
- Então e quando é que sais de casa?
- Oh mãe, é já amanhã! - disse eu alinhando na comum palhaçada.
- Amanhã é muito cedo, tens que ter tempo para arrumar as coisas. Tens três dias para sair de casa. - terminou sorrindo.
- Pateta - respondi eu.
E ficou assim. Mas dias depois, fui me deitar e adormeci.
No dia a seguir acordei num colchão no meio da rua com uma carta a dizer:
"O prazo acabou. Beijo, Mãe"

sábado, 14 de abril de 2012

Uma crónica no bairro alto

Cheguei ao bar. Cumprimentei o grupo. Pagaram-me um shot.
Acordei no chão da minha cozinha com massa de atum com natas misturada com caril espalhada ao meu lado. Crazy night.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

O meu Diário - as minhas férias de Verão

Escrito por duas crianças, Marta Henriques, Carolina Marta.

Há muito tempo atrás, num reino muito distante, Sphartad, onde viviam vampiros e humanos, vivia também uma bela princesa, sem nome, de 16 anos. Esta herdara um enorme bem da sua família, o tesouro de Whartad.
Whartad era herói daquela época, pois fora a primeiro humano a descobrir a tal ilha, com tantos tesouros.
E ao mesmo tempo, que a princesa herdava o tesouro, a mulher de Whartad teve um filho, chamado Ghartad. Esse filho, vai também herdar o tesouro.
Bem, passou algum tempo, 5 anos, e a bela princesa foi conhecendo o herdeiro. E enquanto iam-se conhecendo, apaixonaram-se.
Mas quando descobriram que eram os dois herdeiros do tesouro, a princesa fora obrigada a abandonar a cidade, mas o herdeiro ficou. Isto porque os pais do herdeiro, que também eram pais da princesa, tiveram que escolher, entre um ir e outro ficar, e à conta da escolha, ficaram afastados muito tempo, com saudades um do outro.
Passaram anos, pouco importa quantos, e os pais dos herdeiros, morreram. E os herdeiros, podendo finalmente estar um com outro, lutaram pelo o tesouro.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

A minha passage pelo mundo do Futebol

" E ele vai com a bola, segue, finta um, finta o árbrito, finta outro, segue com a bola, frente a frente com a baliza, pode rematar, remata e é o GOLOOOOOOOOOOOOOO GOLO! QUE GOLAÇO! REMATOU E A BOLA ENTROU NA BALIZA!"
FC Areeiro 9 - 0 - União da Porcalhota, 2006, narrado por Quim, futuro vencedor da casa dos segredos.
Ainda me lembro dos gritos da multidão. Dos festejos. Da magia do futebol.
Tinha 2 anos, quando começei a dar toques na bola, e uma vez, escorreguei na lama. Comecei a chorar. Não por me ter aleijado, mas porque sabia que se chorasse os meus pais iriam oferecer-me chocolate para acalmar. Chamei pelo o meu pai e informei-o da minha queda, pois já dominava a arte da fala:
- PAI, CAÍ!
A resposta do meu pai foi:
- Ai caíste? Anda cá que eu levanto-te!
Eu levantei-me e fui ter com ele.
Com três anos, o meu pai inscreveu-me na escola de futebol do Areeiro. Fui logo aceite, porque era encorpado, e levava estampado na cara que era bom jogador.
(Agora contado na terceira pessoa do singular)
Com cinco anos, foi convidado por clubes como o Sporting e o Benfica, mas recusou, porque o Areeiro na altura era mais prestigiado, e ainda era uma cidade.
Aos 7 anos, tornou-se capitão de equipa, aos 9, tirou a carta de condução de mota, e aos 10 já era sensação mundial. Poucos certamente se lembram do seu sucesso e da sua nomeação para melhor jogador do mundo, mas é normal, porque o sucesso durou pouco. O sucesso subiu-lhe à cabeça e ele caiu na tentação da aspirina. A aspirina alterou-lhe o estado de espírito, e achou que devia estourar com a sua fortuna. Meteu-se na má vida e o resultado foi este.
Em 2006, com 13 anos, regressou, depois de uma longa reabilitação, e regressou com fé. Logo no seu primeiro jogo, frente ao União da Porcalhota, marcou 6 dos 9 golos marcados. A derrota foi tão grave que a União da Porcalhota abriu falência.
Em 2008, um adepto gritou "TÁS ANAFADO!" a Duarte, por estar um pouco redondo . Hoje jaz no cemitério da Curraleira.
Em 2010, deu-se o episódio mais marcante na história do futebol Areeinense, quando Duarte, num jogo que comemorava o centenário do FC Areeiro, agrediu o árbitro por anular, mal e porcamente, 3 golos, e por não marcar um penalti evidente.
Aqui está, um excerto de uma entrevista de Cristiano Teixeira a Duarte Henriques, em nome do Diário do Areeiro.
"Cristiano Teixeira pergunta: como se sente depois do último jogo?
Duarte responde: sinto-me cansado e zangado.
Cristiano Teixeira pergunta: porquê cansado? por ter agredido o árbrito?
Duarte diz:
E não só, lá estava eu, todo contente, era sábado, iamos jogar contra o desportivo de évora, celebrando os cem anos, e 'tava lá a malta toda da federação. Isto era "granda" oportunidade para me exibir, não é?
Cristiano Teixeira concorda: é!
Duarte continua: e eu marquei um golo logo aos 3 minutos, o árbitro anulou. Liguei ao meu pai e perguntei se ele anulou bem e ele disse que não. Depois marquei outro, dois minutos depois, com o traseiro e anularam, mas ignorei e caguei.
Cristiano Teixeira interrompe: acho que sim, anulam golos quando se faz o cocó p'ra bola
Duarte olha de lado para Cristiano e continua: marquei mais outro, e ainda sofri penalti, e anularam e não marcaram a falta. Epá passei-me e atirei com a bola na cara do árbitro, fui-lhe à tromba, e depois o presidente da federação que é azeiteiro, veio-nos separar e dei-lhe na tromba também"
Depois de 7864 golos marcados em jogos oficiais, Duarte foi expulso e proíbido de voltar a jogar futebol profissionalmente. E por isso, tornou-se músico que canta em playback.
http://www.youtube.com/watch?v=ZhzK1C_Xh30

Ovelha

Uma ovelha pastava nos vastos campos verdes de Sesimbra. Muito feliz e descansada, inocente e encantada, indiferente ao que a rodeiava.
Gonçalo, era cantor e poeta. Mas também tinha desenvolvido um gosto intenso por caça. Vestiu a gabardine, e pôs o chapéu preto. De barba feita mas de bigode farfalhudo, revirado nas pontas, com pomada dos sapatos, para ficar escuro e ao mesmo tempo algo brilhante, fez-se aos campos e mirou a ovelha. Entre os arbustos se colocou. Fumou o seu cachimbo à moda antiga e montou a sua carabina. Apontou. A ovelha sentiu que estavam de olho nela. Procurou o futuro assassino. Gonçalo percebeu e compreendeu. Pensou “Se eu fosse assassinado também gostava de ver o meu assassino”. Saiu do meio dos arbustos e exibiu-se. A ovelha assustou-se mas não fugiu. Olhou-o nos olhos. Gonçalo fez pontaria. Os seus olhares cruzaram-se. Corações batiam pesadamente. Nesta altura o leitor deve julgar que vai haver uma chacina sem dó nem piedade, que a ovelha vai sucumbir perante o potente disparo da carabina 31 de Gonçalo. Mas está enganado. Este confronto ainda não está decidido. Pois a ovelha não era burra. Era diferente das outras e de qualquer outra presa que Gonçalo havia encontrado. E não fora para aqueles vastos campos verdes sem estar preparada. Apoiou-se só sobre duas patas enquanto continuava a olhar para Gonçalo, que viu o rumo que a situação estava a levar e não gostou, e abateu a ovelha. E assim ganhou o jantar e um cobertor.

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