quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Dancing with myself.

Uma vez engatei uma rapariga (isto porque sou um grande sedutor) com a frase:
- Viste o céu ontem? Estava azul.
Ela riu-se. Safei-me. Namoramos duas semanas.
Mas afinal ela era uma psicopata de “foste com quem, estavas com quem?”.
 Bem que tinha tido a sensação de que tinha sido demasiado fácil.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Cinema, Je t'aime.

Quem corre por gosto cansa mas continua.
 Comecei esta vida há cerca de seis anos, de fazer vídeos, de gravar músicas, de escrever (tudo junto e resumido resulta em como lhes chamam os convencidos em “Arte”), e foi nessa altura que me apercebi de que era isto que queria fazer para o resto dos meus dias. Grande parte das pessoas chega ao final da vida sem ter a mais pequena ideia do que quer fazer da vida, enquanto outras, felizardas ou não, sentem-no no seu instinto assim que se apercebem de que são pessoas. Eu sou um desses sortudos.
 No entanto, façamos um background. Antes de decidir que queria meter-me nesta vida de Cinema e de Música, eu quis ser polícia, actor, cantor, realizador, editor, futebolista, treinador de futebol, produtor, bombeiro, marinheiro, soldado, segurança, canalizador, secretário, líder de uma grande empresa, banqueiro, etc. Dia novo, profissão nova.
E confesso, que ainda hoje, quero ter uma profissão nova todos os dias. É um desejo tão violento e insaciável, aliado a um medo de cair numa rotina sem gargalhadas e tema de conversa, que se apodera de mim desde que me conheço como pessoa. Tenho lutado toda a minha curta vida para não terminar os dias a olhar para o mesmo ecrã, para a mesma sala, para a mesma vida. Quero inovar. Quero fazer tudo.
Infelizmente, tal é impossível.
Agora imaginem, que estavam na minha posição e que de repente vos diziam que: é possível, que podem ter acesso a tudo, nem que seja a um pequeno deslumbre do que tanto anseiam e precisam como precisam de oxigénio para viver. Aceitavam?
 Pois bem.Cinema. Onde a magia se torna real. Onde qualquer um pode ser arquitecto, jogador da bola, nem que por escassos momentos, sem aprender propriamente o ofício, mas adquirindo um pouco do mesmo, o suficiente para nos deixar parcialmente satisfeitos. Onde brincamos aos Deuses, criamos mundos e criamos vidas, que serão imortalizadas, passadas de geração em geração, ou então perdidas no tempo, mas relembradas por nós. Onde o impossível se torna possível e vice-versa. Onde damos outro sentido à realidade, onde nos abstraímos da realidade. Onde o fingimento é aclamado e onde ser parvo é aceite como talento.
Garanto no entanto, que esta minha infeliz e fraca ode ao Cinema não deixa impune os seus vírus e as suas lacunas. É um mundo sem precedentes e maravilhoso que é explorado por snobes, por teorias que não passam de teorias, pelos que se chamam de artistas e não o são, pelos que só querem lucrar,  por críticos que criticam os clichés esquecendo que os clichés fazem parte da nossa vida e que usam clichés enquanto criticam, que se esquecem que não sabem nada de Cinema, porque ninguém sabe.
Cinema não se sabe, Cinema vive-se. O melhor crítico de cinema é a pessoa que se perde genuinamente no filme, não o que ganha para ser crítico. Esse é só mais um com opiniões.
E o Cinema também me enjoa. Esgota-me. Retira-me vida. Consome-me por dentro. O trabalho pedido, o esforço exigido, a ingratidão que se enfrenta. Num dia somos estrelas, no dia a seguir somos lixo. Todos sabem disso. A experiência só me ensinou três coisas que dificilmente tirarei da minha mente: ninguém trabalha bem e de livre vontade de graça, gerir egos é o mais complicado para se fazer nos bastidores, e fazer filmes a preto e branco saí mais barato e dá menos trabalho. 
Mas aliando o ódio ao amor, são estes os motivos que me levaram a escolher o Cinema como obra e legado da minha curta e insignificante vida. Posso não ser apreciado, posso ser criticado, acusado de banal, de repetitivo, de dizer algo que já foi dito, de fazer algo que já foi feito, lembrando a todos: que tudo já foi dito, agora só recontamos e inovamos, mas que sinceramente, tal não me interessa, pois estarei a ser feliz.
 Cinema, a verdadeira paixão da minha vida.
 O meu amor, o meu ódio,
 o meu ofício, o meu vício.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Matemos todos!

"Devem morrer rapidamente" disse Taro Aso, ministro das finanças do Japão em relação aos idosos doentes, para se poupar dinheiro ao Estado.
Sinceramente, inicialmente, parti-me a rir por ter tentado imaginar o homem a dizer isto em japonês.
Depois reflecti um pouco sobre o assunto e imaginei uma realidade alternativa mas não assim tão alternativa em que esta situação se estivesse a passar cá em Portugal. E aí confesso que fiquei com medo.
Medo pelas pessoas que tentariam matar as minhas avós.
Agora atenção possível leitor, não estou a tentar dar a impressão de que eu sou mauzão, bad ass, e que iria dar uma de super herói e defensor das avós. Mas só não faço isso porque elas não precisam.
Como já disse no passado, sou um rapaz dotado com três avós.
A minha avó paterna, a Beatriz - para vocês Dona Beatriz, ou Lady Beatriz -, mesmo estando doente, trabalha mais do que cinquenta clones da minha pessoa juntos (se calhar exagerei, mas a mulher é valente). E depois, é traficante de órgãos e está ligada à Máfia. Ela diz que é um trabalho lucrativo. Eu não faço perguntas enquanto os fatos Giovanni Galli e os bolos continuarem a chegar.
A minha avó materna, Isabel, a rainha de Cascais sem ser tia de Cascais, tem os seus contactos com a vida boémia, é uma artista (é escritora publicada) e dá-se com demasiadas pessoas famosas para alguém conseguir sequer dizer-lhe olá sem passar por cinquenta seguranças e aparecer nas capas das revistas.
E a minha avó materna madrasta da minha mãe, a Natália, é assassina profissional e tem orgulho disso. E costuma ser a minha segurança pelas noites foras. Sim, vou apanhar bebedeiras e levo a minha avó atrás comigo. Ela é que se oferece. E dança melhor que eu, portanto.
E será que o shor Taro Aso também vai pensar assim quando estiver a bater as botas? Pois não é propriamente rapaz novo.
A ver vamos.

E pronto, era isto. Feliz dia das avós antecipado.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Duarte, o almeida.

Hoje foi dia de limpar a associação de estudantes. Não pus isso no estado do facebook para não me começarem a chamar Dona Duartina e porque não é algo que me orgulhe. Tenho a imagem de não trabalhador e quero mantê-la assim.
Mas agora fora de brincadeiras, já volto, porque ainda estamos em limpezas e eu vim para um computador fingir que estava a fazer um trabalho para ter que limpar menos mas acho que já estão a desconfiar.
Até já.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Estou mais preguiçoso que o habitual

A primeira fase de exames está terminada. Aguardo alguns resultados, mas se tudo correr bem, só tenho que fazer um recurso (o que é óptimo para quem teve que fazer seis exames - viva o sistema de avaliação do ISCSP e a minha esperteza saloia). Portanto estou na semana de férias a que tenho direito.
O problema é este, não quero parar.
Como já disse anteriormente, e vós, meus possíveis leitores, certamente se lembram, eu detesto viver sem rotina. Por isso tenho estado a meter-me em montes de coisas ao mesmo tempo, para ocupar o tempo, para ser menos calão, para não passar os dias inteiros deitado na cama a comer que nem um javardo e a ver filmes e séries (o que é tentador, admito) e para ter uma rotina espetacularmente interessante.
Lembrei-me este ano de ir para a direcção da associação de estudantes, só para parecer bem, de criar um talk show com o meu melhor amigo (sim, bff *.*), de me tornar blogger - OH MEU DEUS (estou a falar comigo próprio), PÁRA TUDO. Se eu tenho um blog, então eu sou um blogger. Não devia de receber dinheiro por isso? Não devia colocar isto no meu perfil do facebook e no meu twitter? Já coloquei que pertencia à AEISCSP portanto isto era só mais algo para eu parecer extremamente interactivo, responsável e trabalhador. E podia dizer que queria uma mala! (damn, fiz uma piada sobre a Pepa, não bem sucedida, mas está feita). Bom, VOLTANDO À CENA QUE EU ESTAVA A FALAR. Tenho procurado emprego (a imagem de nada responsável está tão entranhada na minha pessoa que nem no McDonalds consegui arranjar vaga), estou a tentar realizar a minha primeira curta a sério e quero candidatar-me a um festival de curtas. 

Até aqui, tudo bem não é? Tenho trabalhado (na área criativa e pessoal, ou seja, para a maior parte do povo não tenho feito a ponta de um corno) e escrito que nem um doido. Mas a verdade é que o que tenho escrito tem sido lixo, que projectos há muitos mas não por agora não passam do papel. Aliás, neste momento, em vez de estar a fazer um vídeo  ou de estar a escrever um argumentozito, estou a queixar-me, num blog e para leitores imaginários.

E no fundo, o que vou fazer na próxima semana, apesar dos meus esforços - e de ter inclusive feito um horário que me obrigaria a levantar todos os dias às nove para fazer exercício - , vai incluir pipocas, doces, cama e filmes.
Estou já a antecipar que só vou voltar a fazer algo de jeito quando estiver ocupadíssimo com a faculdade. Como sempre.

Preguiça, you win again.
bitch. 

sábado, 19 de janeiro de 2013

Pequenos génios, viagem a outro mundo

Porta aberta. Entro pela casa a dentro. Era esperado e aguardado, mas não com pompa e circunstância e sim com um inocente desprezo, de quem estava atarefado e não me esperava tão cedo. Lembrei-me de um bonito dito, que li num livro e vi num filme, e disse-o, com um sorriso estampado no rosto e ar bonacheirão: Eu nunca chego adiantado, nem atrasado. Chego precisamente quando devo chegar.
O grilo cantou. Ouvia sons de gente a correr de um lado para o outro, de quem limpava, de quem trabalhava, mas não via ninguém. 
De repente, surge um pequeno ser, um rapaz novo. Reconheci-o de fotografias. Irmão de uma amiga minha. Um pouco gordo.
Olá, disse eu, cordial e bem educado, sou o Duarte, tu é que és o famoso...
Fui rapidamente interrompido. O rapaz levantou a mão, enquanto bebia de um grande frasco, leite com chocolate. Numa resposta cuspida e que quase o engasgou, disse: sou.
Momento de silêncio constrangedor. O grilo cantou de novo. Olhei em volta. Pensei em começar conversa, mas não conhecia o rapaz de lado nenhum e tinha um certo ar inquietante, de quem tudo observa e tudo ouve. Observei. Casa bonita, pequena mas acolhedora. Moveis feitos pelo pai, que estava a trabalhar.
O rapaz virou-me as costas e arrumou tudo o que tinha arrumar na cozinha. Olhou para mim. Por momentos pensei que me fosse matar. Avançou até a um pequeno sofá e sentou-se a olhar para mim, dono de uma seriedade sem nome. O silêncio permanecia, mas podia jurar que ouvia o bater do meu coração. Depois apercebi-me que não, e que era o rapaz que batia com um martelo numa pequena mesa. Estava a gozar comigo. Bufei, pois não me ocorria nada para a dizer. Finalmente, o rapaz disse:
- O teu nome é Duarte?
- Sim, sou...
- Tens cara de Zé. Podias-te chamar José. Eu tinha um amigo que se chamava José, mas depois mudou de nome para António.
- Porquê?
- Não interessa, queres ver a minha colecção de moedas? Tenho imensas. Escudos, francesas, espanholas.
Fiquei calado.
- Então? não sabes responder ou falar? - insistiu o rapaz - tenho montes de colecções, queres ver?
Nesse preciso momento, numa aparição de certa forma triunfal e autoritária, entra porta a dentro uma rapariga loira, com um ar à primeira vista angelical, mas mortífero e de que fazia o que queria, como queria, quando queria. Mas a verdade é que eu ainda estava meio intimidado com o rapaz e com as suas perguntas, que nem dei muita atenção à entrada da moça.
Decidi finalmente que o momento de estar calado tinha chegado ao fim, e respondi:
- Sim posso ver, também faço colecções.
Dei por mim e estava noutro mundo. Colecções de pedras e de conchas, de carros, de moedas, de caricas, de tudo. Tudo era importante e nada devia de ir para o lixo. Armas de cartão, óculos de sol mais velhos que o tempo, atlas do mundo e se fosse possível do universo. Este era um rapaz que tinha que saber e ter tudo o que lhe interessava. Dinâmico, rápido e incansável.
A rapariga seguiu-nos e juntou-se à conversa e à demonstração de colecções, interrompendo várias vezes o rapaz no seu discurso, dando às vezes a parecer que sabia mais sobre as colecções que o próprio dono.
Não me perguntem como, mas vi-me arrastado para um mundo infantil. Fui neto, fui avô, fui cadáver, joguei às escondidas, à apanhada, levei tareia, fiz queixinhas à minha amiga que entretanto se juntou à festa, preguei sermões sobre não ser violento que ninguém prestou atenção, fiz uma pausa do mundo infantil e fui ajudante de carpinteiro por vinte minutos (algo que não estrebuchei  visto que o carpinteiro era o patrão da casa), regressei ao mundo infantil e ensinei passos de dança - mal ensinados, mas foram simpáticos e fingiram de mim um profissional - nadei num rio, respirei calma, tranquilidade e paz e acabei o dia perdido num bar poético cheio de cacarecos de outras eras a beber sangria, enquanto conversava sobre amores perdidos e paixões distantes.

Digo como disse no dia em que parti: já morro de saudades da Ribeira Branca

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Torno-me poeta depois da meia-noite.

A forma mais explícita e mais, digamos, esclarecedora de nos exprimirmos não é através de palavras, escritas ou pronunciadas, pois são pensadas, elaboradas e organizadas, e não chegam para exprimir as emoções da sua forma mais honesta e elementar. Palavras para quê se não são o suficiente?
É através do olhar que somos mais directos e sinceros. A janela da alma de uma pessoa.
Olhar. Essa raposa calada que sente e que demonstra o que sente, que nos traí quando queremos esconder, que nos salva quando não conseguimos descrever. É o olhar que demonstra verdadeiramente se gostamos ou não gostamos, se choramos ou rimos, que demonstra o prazer, que demonstra o gozo, tristeza, desprezo, a mais sincera alegria. E é o olhar, que por mais que tentemos disfarçar, esconder, mentir, que por mais que tentemos esquecer, que denuncia sempre a outra raposa que é o amor.

Damn.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

O que é que eu aprendi na faculdade...

Aprendi que existem patos violadores e que Hitler era tarado sexual e tinha orgasmos nos seus discursos.

Isto entenda-se, nas aulas.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Decidi escrever um argumento

Faz agora um ano.
Como todos os supostos cronistas e escritores que se prezem, tive musas por detrás do argumento. A primeira nunca falou francês à minha frente, não sei bem porquê e a segunda venera cães.
Em tempos, já esteve pronto, terminado e com o bonito número de vinte e sete páginas. Mas depois de lido e relido, o seu destino foi a lareira, para parecer mais poético.
Agora está perdido em centenas de folhas soltas, com ideias, costumes, actores que eu gostaria de usar se tivesse orçamento, cronologias, anexos, etc. Estou até espantado com o excesso de referências a clássicos que estou a tentar fazer. Imagino-o como um épico, mas a primeira vez que o li vi-o como uma bosta.
No entanto, tenho sido teimoso e quero contrariar algo que foi regular no passado, a minha tendência de abandonar projectos a meio do nada. Dizem que a adolescência é o grande boom de ideias, mas somos demasiado confusos e problemáticos a nível mental para conseguir utiliza-las. Pode ser que daqui a cinquenta anos, já na suposta fase madura, consiga utilizar algumas ideias que tenho tido nos dias de hoje. Ou pode ser que não. Pode ser que olhe para elas e diga: ridículo. Ou pode ser simplesmente que esta argumentação de excesso de ideias mas que não as consigo usar, tenha sido só uma desculpa.
Enfim.

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