sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Rolo continua

Não haverá histórias sobre ti. Nem referências nem citações. Não serás imortalizado no cinema de vida curta e de contradições. O teu contributo é uma vírgula, como muitos o são ou já foram. Importante na pausa, na respiração, crucial à sua estrutura. Um figurante numa grande produção. A tua inexistência levaria a uma cena mais fraca. A tua partida deixa a cena incompleta. Ficarás, simples, como parte de um todo em construção.
Não passas da sala de edição. Este é a tua ode. Curta e rápida. O rolo do filme continua, incansável, com um destino eminente. Sais da produção apressado, sem aviso. O rolo continua. Deixas o camarim desarrumado, deixas para trás as tuas coisas. E o rolo continua. Ainda vens a tempo, fica a informação. São sempre precisos figurantes, e o guião está sempre em reconstrução. Não esperes é muito, a produção não para e continua rápida.

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