segunda-feira, 5 de agosto de 2013

A Falsa partida para Moura

Quinta-feira, comemorar os anos da avó, ir ao chinês caricato, vazio, com algum suspense, digno de Matrix ou de um filme do Jackie Chan, beber cerveja chinesa, sabe mal, beber mais para ver se finalmente se gosta.
Sexta-feira, perder o telemóvel outra vez, comprar um ukulele, fazer a mala, por chapéu de palha, carregar velhos móveis que são recambiados para a terrinha numa carrinha grande branca, sair de casa às nove da noite para partir para a terrinha, ir ao macDonalds, comer na carrinha, voltar a casa porque nos esquecemos de algo, chegar a casa e perceber que afinal não nos tinhamos esquecido de nada, às dez da noite avançar pela estrada, cantar ciganadas, cortar fatias de bolo com canivete, fazer barulho com ukulele, dormir, chegar, descarregar, dormir.
Sábado, dia para morrer.
Domingo, dia para morrer dois, porque sabe bem.
Segunda, acordar às seis da manhã, sair da terrinha de volta a Lisboa. Fazer mais barulho com ukulele, cantar músicas dos anos 80, dizer que a fórmula 1 não presta para nada, ser ameaçado de morte por tal afirmação, adormecer com medo, chegar a Lisboa, ir ao dentista, dentista faz as tradicionais perguntas enquanto eu estou de boca aberta sem poder falar, sair do dentista, ir para casa, esperar telefonema do alentejano para partirmos para a terra dele. Duas e meia, telefone toca, sair de casa, ir ao Donaldes comer um gelado com o alentejano. Falar da vida, falar de projectos, falar de como seria se em vez da cadeiras, as carruagens do metro tivessem sofás. Ir para a estação de comboios. Quatro e meia, ir levantar dinheiro para pagar o autobus. Multibanco, não reconhece cartão. Ir a outro multibanco, cartão não reconhecido. Faltam 10 minutos para o bus partir para Mouras. Alentejano diz: não dá para emprestar dinheiro, porque gastei donaldes. Ir a um multibanco no cu de judas. Não reconhecido.
Alentejano parte sem mim, volto para casa deprimido e sem dinheiro, como canja como jantar, e peço dinheiro emprestado.
Amanhã é que vou para Moura.

Espero eu.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

192 horas - lisboa, cidade sem descanso

O regressar a Lisboa é infelizmente, infeliz. Isto porque estar de papo para o ar é maravilhoso.
A sorte está em ser uma estadia curta e dedicada exclusivamente ao trabalho e à preparação da viagem para a mítica cidade que é Moura, que nunca nenhum lisboeta viu, mas que parece que é desta que vai ser vista. Não deitemos é já foguetes Planos são feitos, malas são desfeitas, filmes são vistos, reuniões são longas, conversas são grandes, horas de dormida são poucas e horas em frente ao papel são ingratas. Estou a avançar com uma das minhas escassas tentativas de uma curta-metragem séria. Não vou entrar em detalhes, porque quero que seja uma surpresa e sonho em lança-la em festivais e concursos, mas por agora, o projecto chama-se “Febre” e parece ter pernas para andar. Estão prestes a começar as discussões com os actores escolhidos, as revisões de argumento, os storyboards e claro, não tarda nada, as filmagens.
 Fora isso, vem a releitura e a panca pelo mundo de Tolkien, o renascer de um guião esquecido, a bela da sandes, as maravilhosas olheiras e o cansaço criticado mas adorado.

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