sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

E agora quero fazer uma série.

Dedico este texto aos meus pais

Porque não tenho vocabulário suficiente para escrever um livro onde colocaria uma dedicatória aos meus criadores.
Porque eles já mereciam ser vítimas de uma das minhas exaltações literárias.
Porque de momento se encontram subtilmente chateados comigo e eu, como consequência, encontro-me subtilmente de castigo (sim, aos olhos da lei sou adulto, aos olhos dos meus amigos são uma criança, aos olhos deles sou mais um peão na sua ditadura democrática, ou democracia ditatorial, ainda não se decidiram bem) e isto é uma certa forma de lhes dar uma subtil graxa.
E porque a eles devo tudo, mesmo quando ajo como se conseguisse viver sem eles, quando no fundo ainda sou péssimo a passar a minha roupa a ferro e se abrisse um restaurante e eu fosse o cozinheiro, a ementa diria “Massa com atum”. Miúdo irresponsável do final do século XX.

Tenho estado a atravessar uma crise de escrita. Já desenvolvi algumas teorias sobre o que se está a passar e as principais são “Ou a minha vida está a correr demasiado bem ou eu não tenho usado gravatas com a frequência habitual”. Não tenho conseguido passar para o papel os meus pensamentos depravados e maníacos, o que tem sido desagradável, visto que eles até têm estado a surgir em demasia. Ou seja estou com inspiração mas sem inspiração. Ou se calhar é só preguiça de férias.
Passo os dias a ver séries, a ler livros, a dar voltas por Lisboa de bicicleta (ainda só o fiz uma vez) enquanto magico curtas, vídeos, histórias, e agora, uma série. Em excesso tenho o tempo e até posso dizer que forte é a vontade. Falta é a inspiração. E em excesso há a preguiça. O projecto de última hora é uma série. Como se eu não andasse há já tempo suficiente com a mania que já completei o curso e de que tudo o que tenho feito a nível, digamos para parecer bem, artístico e de entretenimento é de facto rentável e é o meu pão do dia a dia. O preguiçoso que vai a todas. Essa é de rir.
 A série ainda não tem história definida, só ideias apontadas, desejos oprimidos, personagens que são pessoas reais mas exageradas porque ainda não tentei criar personagens do zero. Não vos quero dar excertos da ideia que está por detrás desta série, para na eventualidade de a conseguir realmente realizar, não estragar a surpresa mas digo isto: apresentei a ideia à minha mãe e ela nem um sorriso esboçou. Continuou com a sua vida e limitou-se a dizer: está engraçado.
Fiquei devastado. Desde que me conheço como pessoa que o principal objectivo da minha vida tem sido sacar sorrisos aos meus pais e enche-los de orgulho com os meus disparates. Se calhar não é totalmente verdade. Mas fica bem escrito.
 A verdade é que a opinião da minha mãe é das poucas que eu levo em conta, portanto se calhar, vou desistir da ideia da série e concentrar-me noutros projectos.

 Como conseguir ver 92 séries em 2013.

Ou então, esqueço a ideia original da série e faço algo do género do Spartacus, da Starz, mas a chamar-se O Viriato. Muito sexo e porrada. Mas à português, não?

Post Ads (Documentation Required)

Author Info (Documentation Required)