domingo, 29 de julho de 2012
A respeito de velhice.
A velhice bateu à porta dos meus pais.
A sua teimosia e casmurrice foi tanta, que eles decidiram chamar a polícia, trancar as portas, fechar as janelas e acabaram por se barricar em casa.
Eventualmente desistiram de a combater e abraçaram-na como a inimiga que sabiam que um dia ia chegar.
Comecei a notar certas diferenças. De repente, pareceu que a moda nesta vida familiar era usar óculos para ver ao longe e ao perto. Eu não sou muito de modas e não me meti nisso. Mas a minha irmã gosta de dar nas vistas e juntou-se.
Vieram os brancos e os cabelos pintados. As dores de costas dia sim, dia sim. As minhas perguntas começaram a ser respondidas com um “hã” ou “não percebi”. Acredito que um dia irão fazer como o meu avô e usar aparelho auditivo, mas desligando-o só para não terem que ouvir ninguém. Vieram as perguntas e as histórias repetidas.
Estão se a tornar avós antes de terem netos.
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