quinta-feira, 5 de abril de 2012

A minha passage pelo mundo do Futebol

" E ele vai com a bola, segue, finta um, finta o árbrito, finta outro, segue com a bola, frente a frente com a baliza, pode rematar, remata e é o GOLOOOOOOOOOOOOOO GOLO! QUE GOLAÇO! REMATOU E A BOLA ENTROU NA BALIZA!"
FC Areeiro 9 - 0 - União da Porcalhota, 2006, narrado por Quim, futuro vencedor da casa dos segredos.
Ainda me lembro dos gritos da multidão. Dos festejos. Da magia do futebol.
Tinha 2 anos, quando começei a dar toques na bola, e uma vez, escorreguei na lama. Comecei a chorar. Não por me ter aleijado, mas porque sabia que se chorasse os meus pais iriam oferecer-me chocolate para acalmar. Chamei pelo o meu pai e informei-o da minha queda, pois já dominava a arte da fala:
- PAI, CAÍ!
A resposta do meu pai foi:
- Ai caíste? Anda cá que eu levanto-te!
Eu levantei-me e fui ter com ele.
Com três anos, o meu pai inscreveu-me na escola de futebol do Areeiro. Fui logo aceite, porque era encorpado, e levava estampado na cara que era bom jogador.
(Agora contado na terceira pessoa do singular)
Com cinco anos, foi convidado por clubes como o Sporting e o Benfica, mas recusou, porque o Areeiro na altura era mais prestigiado, e ainda era uma cidade.
Aos 7 anos, tornou-se capitão de equipa, aos 9, tirou a carta de condução de mota, e aos 10 já era sensação mundial. Poucos certamente se lembram do seu sucesso e da sua nomeação para melhor jogador do mundo, mas é normal, porque o sucesso durou pouco. O sucesso subiu-lhe à cabeça e ele caiu na tentação da aspirina. A aspirina alterou-lhe o estado de espírito, e achou que devia estourar com a sua fortuna. Meteu-se na má vida e o resultado foi este.
Em 2006, com 13 anos, regressou, depois de uma longa reabilitação, e regressou com fé. Logo no seu primeiro jogo, frente ao União da Porcalhota, marcou 6 dos 9 golos marcados. A derrota foi tão grave que a União da Porcalhota abriu falência.
Em 2008, um adepto gritou "TÁS ANAFADO!" a Duarte, por estar um pouco redondo . Hoje jaz no cemitério da Curraleira.
Em 2010, deu-se o episódio mais marcante na história do futebol Areeinense, quando Duarte, num jogo que comemorava o centenário do FC Areeiro, agrediu o árbitro por anular, mal e porcamente, 3 golos, e por não marcar um penalti evidente.
Aqui está, um excerto de uma entrevista de Cristiano Teixeira a Duarte Henriques, em nome do Diário do Areeiro.
"Cristiano Teixeira pergunta: como se sente depois do último jogo?
Duarte responde: sinto-me cansado e zangado.
Cristiano Teixeira pergunta: porquê cansado? por ter agredido o árbrito?
Duarte diz:
E não só, lá estava eu, todo contente, era sábado, iamos jogar contra o desportivo de évora, celebrando os cem anos, e 'tava lá a malta toda da federação. Isto era "granda" oportunidade para me exibir, não é?
Cristiano Teixeira concorda: é!
Duarte continua: e eu marquei um golo logo aos 3 minutos, o árbitro anulou. Liguei ao meu pai e perguntei se ele anulou bem e ele disse que não. Depois marquei outro, dois minutos depois, com o traseiro e anularam, mas ignorei e caguei.
Cristiano Teixeira interrompe: acho que sim, anulam golos quando se faz o cocó p'ra bola
Duarte olha de lado para Cristiano e continua: marquei mais outro, e ainda sofri penalti, e anularam e não marcaram a falta. Epá passei-me e atirei com a bola na cara do árbitro, fui-lhe à tromba, e depois o presidente da federação que é azeiteiro, veio-nos separar e dei-lhe na tromba também"
Depois de 7864 golos marcados em jogos oficiais, Duarte foi expulso e proíbido de voltar a jogar futebol profissionalmente. E por isso, tornou-se músico que canta em playback.
http://www.youtube.com/watch?v=ZhzK1C_Xh30

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