segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Ódios de Meia-noite.

Aos maus da fita é sempre feita a tradicional pergunta: como é que consegues dormir à noite?
Se costuma haver resposta, de momento não me recordo. Talvez fosse algo como: da mesma forma como tu.
Seja como for, se forem sinceros, coisa que, por norma escrita e implementada há séculos, nenhum mau da fita o é, a resposta inquestionável seria: não consigo.

Tenho dificuldades em dormir.
Dificuldades em acordar.
Sou perseguido todas as noites pelo mesmo pensamento, a mesma lembrança. E essa lembrança não me permite viver com propósito. Permite-me viver aterrorizado. E às vezes nem no terror me permite viver.

A minha breve fuga é o trabalho, e não escondo que o trabalho é um saudável e gostoso sacrifício. O trabalho e o imaginário.
Condenada está, podre ficou, enferrujada é, gasta e fraca se sente, a minha alma.
Poeta de meia-noite, deprimido em dia parado, ingrato e infeliz por não conseguir aproveitar o que sabe que tem. Podemos dizer que se tornou mais uma necessidade do que um facto. Tornou-se imaginária, inventada e constante.

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