quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Há Seca em Português - A História do Calceteiro

As histórias "Há Seca em Português" foram escritas nas aulas de português, e são alterações das palavras ditadas pela professora.


Capítulo I
O primo do atleta morreu.
"Rezai todos e chorai, pois faleceu Alberto o Calceteiro.
Alguns dos motivos fundamentais da morte do Calceteiro são a variedade inúmerável de crimes cometidos pelo mesmo, quer seja em conjunto com a Teresa Premíscua, ou com o Padre Cismo, que se julgava sensual e que dizia que deviamos aceitar calma e gostosamente que o mundo pertencia ao André.

De fatos, o Calceteiro, não percebia nada e não tinha nenhum de jeito na Universidade, porque o Deus que ele via, era primo da Teresa, e só o via quando ele não estava escondido. E para ele, Deus não era zoológico, não era rato, mas sim um Deus que cheira a flores, a árvores e também a pontes, um Deus ao qual se pode telefonar, sem se pensar nas consequências, um Deus que só pensa, se ouvir e ver, porque se não, recusa-se a faze-lo.

Delgado Loureno, que não trabalhava mas estava empregado, salienta que a ambição do primo do atleta era a de refazer em si a sensualidade da pele morena, sem ser através do Sol, mas sim de Deus. Calceteiro era crente. Mas no entanto atrevia-se a dizer que Jesus era garganeiro e uma criança mimada, que com a azia, matou a física.

Capítulo II
A revelação do inquilino, enquanto detentor da verdade, dá-se no contacto visual, em particular o contacto através dos olhos, entre o direito e o recto. O primo do atleta contempla, em extÂse, cada traço, admirando a sua singularidade descobrindo o que a torna igual a outro momento qualquer. No entanto, enquanto passava na rua, antes do seu falecimento, Calceteiro viu dois pontos em cima um do outro, formando por isso, um só ponto, algo que já na nuca de alguém tinha visto, e que incrédulo, decidiu escrever, embora sabendo que de perto era seguido por um assassíno grego, enviado pela Teresa, ex do atleta, que exigia vingança. Mas mesmo seguido, sabendo os riscos, e embora cheio de medo, continou a escrever, sempre em prosa, relatando tudo o que devia ver, mesmo de olhos fechados, mesmo se pensasse em francês.

E então? perguntou a Anabela, que era uma gentil mulher, uma flor, que viu de longe o Calceteiro a escrever e que se aproximou do mesmo: Que fazes aqui?
O Calceteiro não teve tempo de responder, pois Anabela começou a contar o seu sonho de se tornar amarela, ainda que soubesse que tinha que entregar as resmas de papel que tinham sobrado de ontem ao porteiro. Mas Alberto que fazia calçada, interrompeu a Anabela, chamando a polícia, como distracção para fugir.

Mas não resultou, porque o agente da polícia não tinha exactamente olhos, mas sim dois chouriços, porque saía mais barato do que batatas.

Capítulo III
Alberto o Calceteiro, morto desde do primeiro capítulo, rejeitou, antes de ser assassinado pelo o assassino grego, a rídicula ideia de a "merda" ser física, pois a Conceição era sua íntima, e até outras coisas. "Não tenho Psicologia, tenho cozidos" proclamou o primo do atleta, enquanto argumentava, negando no entanto o valor do pensar, e exaltando-se de seguida, com a sua própria afirmação. Ou se calhar estava a fingir, mas quando se isola uma coisa, determinando-a apenas como pura anormalidade sem sequer ser incrível, não se pode estar bom da cabeça. Mas acontece que o Alberto até estava a dizer coisas acertadas, e foi esse o seu erro fatal.



Fim

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